domingo, 18 de janeiro de 2009

Há três dias iniciamos os trabalhos com o "Trabalhos de Amor Perdidos". Nesse período, muitas descobertas, dificuldades e afinidades com a peça.

Começamos lendo uma tradução de Beatriz Viégas-Faria, uma versão em prosa do texto originalmente em verso. Com palavras bem difíceis que dão nó na língua durante a leitura e vários nós da cabeça quando nos concentramos em entender tudo o que é dito nos diálogos ou nos solilóquios.

Em seguida pegamos a tradução da Aimara da Cunha Resende, que fazendo jus a obra original, traz toda a peça em versos, o que no primeiro contato dá uma "ziguezeira retada". É uma musiquinha chata que martela o juízo na leitura, e que confundi tudo por conta da métrica... nossa, muito chata a primeira impressão! No entanto, seguindo na leitura, aos poucos as imagens pareciam que ficavam mais claras com o texto versado - que contradição tola!

E hoje após o terceiro encontro, percebo que a versão da Aimara é bem clara ao traduzir algumas imagens, ela encurta replicas que a Beatriz, embora traga uma tradução mais literal, distancia o leitor do sentido real na fala.

Tem sido um trabalho cheio de descobertas. É incrível como a repetição não só esclarece como revela uma série de possibilidades pra a interpretação da personagem. É perceptível o avanço que demos no tratamento com o texto. Antes gaguejavamos a primeiro palavra estranha, agora seguimos em frente não mais tendo medo de errar... aprendemos a assumir o erro, a palavra em outra língua, o termo pouco ouvido, o tratamento rebuscado das relações.

Que venha mais! Depois de fazermos uma primeira leitura coletivamente, agora estamos decupando o texto em sub-cenas, dando títulos a cada uma delas e construindo fotografias de cada parte - assim aprofundamos nosso estudo nos movimentos propostos inicialmente pelo texto, entendo o desenvolvimento da ação da peça.

Amanhã tem mais! Vamo simbora!!! E amanhã ainda tem apresentação de Arlequim na rua! Que outras janelas se abram a partir dessa apresentação, de modo a revelar outros sentidos e jogos para a leitura encenada que acontecerá lá em março!

Um comentário:

  1. Puxa, que beleza...fico acompanhando daqui, debruçado nessa janela imaginária, imaginando todas as gaguices das leituras, os risos inevitáveis, todas as construções poéticas possíveis...que projeto bacana...parabéns a todos!!!

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