domingo, 18 de janeiro de 2009

Esquentando!

Mandando ver em plenas tardes de sábado e domingo de verão, chegamos ao final do primeiro terço dessa etapa de trabalho: três dos nove dias de investigação se foram.

Depois de todas as dificuldades e sustos que a peça nos apresentou no primeiro dia, começamos a entender e mergulhar no universo de Trabalhos de Amor Perdidos. Ontem, além de propor uma dinâmica corporal para não ficarmos escravizados exclusivamente à "bunda na cadeira" - o nosso já tradicional vilão, jogo que tanto fazemos nos Clowns e que tem propiciado uma boa prontidão para o jogo para nós -, também começamos a aprofundar a análise do texto, dividindo em movimentos, experimentando algumas primeiras imagens, dissecando as falas mais significativas, enfim, como o Luiz relatou no último post, vamos perdendo o medo e ganhando proximidade ao texto.

Hoje tivemos um começo mais suave, devido ao banzo tradicional de domingão à tarde, mas muito rapidamente a coisa engrenou. E tivemos a chegada da querida Indaiá, que não pôde estar conosco nos primeiros dois dias. Depois de um jogo que o Ernani nos apresentou, com uma sequência de passos, palmas e contagem, fizemos uma rápida sessão de vilão, só para não perder o costume. O jogo já começa a acontecer de forma mais interessante, e amanhã começaremos a trabalhar variações.

Em seguida, os atores apresentaram os workshops que "encomendei" ontem, cada um com uma fala de alguma cena dos primeiros dois atos, definida por mim. O desafio proposto foi que, uma vez que já tínhamos ultrapassado a etapa de reconhecimento do texto, e que a leitura, mesmo que ainda um tanto seca, já começava a ganhar fluência, que nesse exercício nos propuséssemos a, nesses fragmentos, avançar no aprofundamento da compreensão, e começar a saborear as palavras - como diria o João Marcelino, como se fosse uma fruta da sua predileção. O resultado foi muito bom. Os trabalhos trazidos pelos meninos foi muito interessante, e a partir do que eles ofereceram, pude aprofundar algumas questões, e até mesmo propor algumas brincadeiras e experiências, já visando a leitura, e principalmente quebrando a redoma de "adoração museológica" que tanto mal faz ao pobre bardo...

Além de todos esses avanços, não restam dúvidas que a conquista gradual da intimidade entre nós é outro grande ganho. Começamos a conhecer como o outro trabalha, construir uma gramática e uma dinâmica comuns. Ando muito ansioso em ver março chegar logo, para ter meus queridos companheiros de grupo misturados com os "Outros". Dirigir esse elenco misto, cheio de possibilidades, de características diferentes, será uma experiência muito rica. Por conhecer tão bem como os atores dos Clowns trabalham, já consigo vislumbrar facilidades e dificuldades, jogos interessantes que poderão surgir nesse encontro.

E nesta segunda teremos um ensaio/apresentação d'O Arlequim, a meu pedido, para que eu possa ver os atores em cena, coisa que nunca vi. Será em pleno Campo Grande, uma experiência interessante, sem dúvida...

E a conexão segue conectando... Como diria nosso queridíssimo Eduardo e sua trupe,
é preciso ter coragem!

Um comentário:

  1. Manda a ver por aí povo, espero que ssa conexão também aconteça com o Usina Cultura aqui em Boa Vista.
    Abraços.
    Silmara

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